Crítica | Uma caminhada na floresta “A walk in the woods”
Longa do diretor Ken Kwapis (O Grande Milagre, Happyish e Santa Clarita Diet), 2015, contando no elenco com Robert Redford, Nick Nolte e Emma Thompson, este é um daqueles filmes que propõe a reflexão quanto à questões da existência humana, mas sem perder a dose cômica. De maneira muito solta mostra o drama que chega a Bill (Robert Redford) após a morte de um velho conhecido. Bill começa a se questionar sobre tudo o que conseguiu alcançar em sua vida, seu sucesso profissional, o conforto que possui tendo sua casa, suas coisas, e a bela família que construiu. Parece que ainda falta algo na vida daquele senhor na terceira idade, quando após sair para uma caminhada próxima a sua casa ele percebe que talvez consiga encontrar sua resposta fazendo uma trilha de mais de três mil quilômetros. Apreensiva que algo aconteça com seu marido, Catherine (Emma Thompson) pede para que Bill encontre alguém que faça essa loucura com ele, certa de que algum amigo tiraria essa ideia da cabeça de seu marido ou que alguém jovem e apto a fazer a trilha aceitaria o convite. Para azar de Catherine um antigo amigo do colégio de Bill retorna a ligação, combinando tudo para a trip. Quando Katz (Nick Nolte) desembarca na cidade logo se percebe que tanto ele quanto Bill não estão em plena forma física para encarar meses andando na floresta, mas eles, determinados, vão.
Na primeira hora os ousados aventureiros ficam sem ar logo na primeira subida da trilha, enquanto outros mochileiros passam por eles cheios de vitalidade, o que nos propicia boas risadas. Mesmo fazendo mais paradas do que o habitual em um trajeto como aquele, Bill e Katz conseguem encontrar um ritmo próprio, lento, mas que os possibilita prosseguir com o objetivo. Durante as paradas em cidades ao longo da trilha acontecem fatos engraçados com os dois, principalmente com Katz que nos passa a imagem de ainda ser um adolescente rebelde e galanteador.
Quanto mais eles se distanciam do ponto inicial da trilha a paisagem os oferece visuais de esbanjar toda a beleza da natureza, despertando o sentimento de paz e contentamento, não somente nos personagens, mas em nós também. É inevitável não se emocionar com a mensagem que este filme proporciona, mesmo que não seja um enredo dramático e profundo, ainda assim nos faz refletir sobre muito do que somos e como nos percebemos em meio a esta grande incógnita que se chama vida.
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