Foi com muita alegria que comecei a acompanhar Titãs, que estreou dia 12 de outubro pelo streaming DC, e chega ao Netflix agora dia 11 de janeiro.
O primeiro episodio foi como um soco no estômago, até a música de abertura me agradou, alias, diria que é impossível não a amar:
Música de abertura de Titãs:
Aos poucos os personagens são introduzidos, Ravena, Robin, Estelar e Mutano, ao vivo e em cores. Cada episodio visa contar um pouco da historia de cada um deles, e a ansiedade é para ver os Titãs finalmente juntos.
A partir desse ponto, infelizmente as coisas desandam completamente. A começar pela personagem da Ravena, que é uma grande decepção. O seu traço frágil, não é nada parecido com os traços originais do quadrinho, mesmo sabendo que se tratava de uma adaptação, é difícil entender as motivações (ou a falta de) da personagem, tudo que acontece na sua trama é lento, e os laços soam forçados com uso excessivo de drama, o que é estranho, pois Teagan Croft, que da vida a personagem, faz parte do enredo central da série.
Outro que entra para a lista de herói não tão bem desenvolvidos é o Mutano, interpretado pelo Ryan Potter. Talvez a falta de orçamento explique as poucas opções de utilização do personagem. Que ouso dizer, chega a ser tratado com um certo desdém, sempre em volta de uma piadinha ruim. Fica obvio que nem a produção se orgulha, já que sua história central é muito limitada.
Mas se o roteiro falha em deixar uma parte do elenco interessante, acerta em cheio com os outros dois. Robin e Estelar são a alma aqui.
Dentro desse núcleo tudo funciona! As cenas de luta são dinâmicas, os diálogos frenéticos, e tudo isso resulta em um laço afetivo que soa natural e carismático.
Com o elenco fixo devidamente apresentado e inserido na trama conjunta, deveríamos agora partir para ação,certo? Mas não é bem o que acontece. Donna Troyn, Jason Todd, e até um homem lata são brevemente historia dentro da serie. A sensação que me dava a cada novo episodio, era de estar sendo ”enrolada”, e me questionei mais de uma vez, porque a escolha de ter 11 no total, pois a construção dos acontecimentos parece ficar sem propósito por muitas vezes.
Em um ritmo arrastado, o ”1×11 – Dick Grayson” chega, e a espera para a grande conclusão por mais uma vez, me decepcionou. Estranhamente, parece que tudo aconteceu ”sem grandes pretensões” e desenvolvimento de roteiro, mas com muito fã service. A sensação ao terminar a série é de que faltava alguma coisa e foi difícil de engolir.
Em suma, mesmo tendo seus momentos e sendo grandiosa em alguns aspectos (cenas de luta muito bem coreografadas, figurinos e trilha sonora), Titãs dificilmente vai agradar quem não é tão fã desse universo. O que nos faz ficar na tela, é a nostalgia de ver os nossos tão amados personagens em ação, na esperança de que sua história finalmente faça jus.
Mas como essa é a primeira temporada e já temos uma segunda confirmada pela frente, acredito que ainda podem recuperar e corrigir os pontos negativos. Material para isso não falta, não é mesmo? Pois a cena pós crédito revela muito sobre o destino do qual os produtores pretendem caminhar.
Grandes destaques:
Rapina e Columba: eu assistiria tranquilamente um spin off só deles. Com uma direção magestrosa somos sugados pra dentro do confuso e intimo do casal, é impossível não ter grande empatia e se emocionar. Hank e Dawn, contem comigo para tudo!
Estelar: antes mesmo da atriz Anna Diop surgir como a personagem, muita polemica girou em torno da sua etinia. Infelizmente casos preconceituosos como esses ainda são comuns, e queria deixar claro que repudio cada um deles. Deixando toda essa polêmica de lado, gostaria de frisar o excelente trabalho que foi feito aqui. A atuação e o jeitão badass da personagem foi um grande acerto.
Robin: fugindo de tudo que a gente já viu retratado nos cinemas/séries de tv, o personagem finalmente tem o tom que lhe faz jus. Sem deixar o clássico morrer (veja por exemplo, o seu uniforme) esse Dick Grayson vive em um tom mais sombrio, mais violento. Tudo leva a crer que o personagem irá se inclinar mais para o asa noturna…
Nostalgia: só de pensar que o nome da mãe da Ravana é Azarath, que Robin apresenta o bastão do mal e até o asilo arkhan tem um pilot. Fica nítido para mim, que o sentimento nostálgico é um protagonista. Essa jogada funcionou muito bem. Ah, fãs de quadrinhos.. esse é o momento.
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