Propaganda Nazista no Cinema | 1920 – 1935 | Parte 1

“A arte da propaganda reside justamente na compreensão da mentalidade e dos sentimentos da grande massa. Ela encontra, por forma psicologicamente certa, o caminho para a atenção e para o coração do povo”. (Adolf Hitler, Mein Kampf – 1927).

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Resumo

A arte sempre foi uma forte arma de influência social e cultural em uma nação, e é sabido que o cinema aborda o pensamento de uma civilização, seja em um curto ou longo espaço de tempo. Seguindo essa ideia, o cinema alemão do período pré-hitlerista teve sucesso em visualizar de maneira premonitória, o declínio de sua nação e o prenúncio de tempos sombrios.

Como prova desse caráter profético do cinema alemão pré-hitlerista, o livro do sociólogo e historiador germânico Siegfried Kracauer “ De Caligari a Hitler – Uma história psicológica do cinema Alemão”, nos revela a relação do cinema com a sociedade como parte de um jogo de análise comportamental da Alemanha. O cidadão da época, caracterizado pelos personagens doentios e insanos dos filmes expressionistas (como será analisado através do filme “ O Gabinete do doutor Caligari”), funciona como uma alegoria da condição massificante do indivíduo que perde sua individualidade e personalidade, tornando-se uma peça da engrenagem do nazismo, totalmente alienado.

Através de obras cinematográficas como “ O triunfo da Verdade “, pretende-se analisar as características propagandísticas presentes nesses que foram importantes meios de proliferação dos ideais nazistas da época.

1.  Introdução

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Tendo como coordenador o ministro da Propaganda e Conscientização Publica, Paul Joseph Goebbels, a propaganda nazista foi responsável pela realização de vários filmes com teor propagandístico e nacionalista, sempre exaltando o racismo e o ódio aos estrangeiros, principalmente ao povo judeu que eram mostrados como únicos culpados pela decadência da Alemanha. O cinema era a maneira mais eficiente para a proliferação de imagens, pois distraia a atenção da população para qualquer possível derrota do exército alemão.

O principal objetivo era vender Hitler, enaltece-lo como um herói da nação ariana, e espalhar suas ideias, como a de que os judeus eram os verdadeiros culpados pela decadência econômica da Alemanha e, por isso, deveriam ser vistos como subhumanos perigosos para a saúde pública, e, portanto, para que uma nova Alemanha se reerguesse, era necessário exterminar as “imperfeições”.

Nos dias de hoje, olhamos mais de 80 anos para o passado e nos questionamos sobre as estratégias usadas pelos nazistas na propaganda do partido.

O cinema foi pela primeira vez utilizado como instrumento de propaganda pelos nazistas, pois era uma forma fácil e eficiente para a divulgação de imagens que serviam para distrair o povo alemão. Inúmeros filmes e documentários foram produzidos, cujo objetivo era construir uma lenda por trás do monstro que era Adolf Hitler.

A estética apresentada pelas propagandas foi a principal responsável pela glória dos ideais nazistas alcançou. Estética que fazia o imaginário da população, levando-os a crer na existência de um mundo perfeito e ideal, completamente distante da realidade daquela época. O nazismo como movimento totalitário dominava a todos através da política do medo, moldando os próprios membros do partido em seres sem capacidade de pensamento ou escolha individual, apenas focalizando os interesses do partido.

Os nazistas investiram pesado na propaganda, até mesmo em aprisionamentos de judeus como em Auschwitz, era possível ler em sua fechada “ Arbeit macht frei”, O Trabalho Liberta. Uma clara e evidente maneira de persuadir os prisioneiros para realizar o trabalho desumano nas fabricas de armamentos, em busca de liberdade.

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