Depois da noite de ontem, os que nunca ouviram falar de “Parasita“, agora voltam seus olhos para O Filme de 2019. A obra cinematográfica de Bong Joon-ho se tornou o grande favorito a levar a categoria mais esperada. E não foi diferente. Para a alegria e o choque de muitos, o Oscar de Melhor Filme Internacional não foi o último degrau alcançado por Parasita, que minutos depois alcançou o topo, levando a estatueta mais importante da noite.
O ceticismo fez muitas pessoas acreditarem que a Academia fosse condecorar 1917 como o Melhor filme do ano passado. Todavia, finalmente O Melhor Filme do Ano foi premiado como “Melhor Filme“.
Parasita é uma obra ousada, que abraça a imprevisibilidade, mergulhando o telespectador numa história tão visceral e cheia de reviravoltas, que é impossível assistir apenas uma vez.
O que faz de Parasita um filme tão poderoso?
Duas famílias separadas pela diferença de classes sociais, se encontram, após uma sucessão de “acontecimentos”. Acontecimentos entre aspas, se é que você me entende! As consequências não tardam a chegar, porém o “Sr. Plot Twist” decide gargalhar na cara dos personagens; e, é aqui, que o caos ganha força e tudo sai do controle. (Me desculpem, mas dar spoilers seria um crime!).
A primeira coisa que você faz, após terminar de assistir Parasita é respirar, soltando o ar que você estava prendendo. A tensão que o longa-metragem cria em tela é assustadora, divertida, dramática e misteriosa. Com um roteiro que brinca com a nossa percepção, nos fazendo acreditar, depois desacreditar e por fim acreditar novamente no que pode ou não acontecer; fatores que tornam a experiência única.
Quando o “SAG Awards” premiou Parasita com “Melhor Elenco“, minha mente acreditou em possíveis indicações aos atores, nas categorias de atuação do Oscar. Mas, infelizmente isso não ocorreu.
Grande mérito do longa pertence aos atores, que fazem um trabalho superior a muitas obras estadunidenses.
A força de Parasita está na sua originalidade, está em suas raízes Sul-coreanas, está em um filme feito na língua original, está no primoroso elenco e no grande diretor e, acima de tudo, está na façanha que poucos filmes conseguem: grudar na nossa mente como um parasita e permanecer lá por muito tempo.
A barreira do “Filme estrangeiro”
Muitos pensaram que Parasita estava para o Oscar de “Melhor filme”, assim como Roma estava no ano passado, ou seja, seria reconhecido apenas como Melhor Filme Estrangeiro. Entretanto, isso não aconteceu. Assim como em seu filme, Bong Joon-ho assistiu a grande reviravolta da noite: a consagração de seu trabalho como o melhor de 2019. Sorridente, humilde e com discursos poderosos, Joon-ho reconheceu o trabalho dos demais cineastas, o que rendeu um dos momentos mais genuínos da noite, uma salva de palmas para o veterano Martin Scorsese.
“Depois de ganhar como melhor filme internacional, eu achei que já tinha acabado, que já estava pronto para relaxar. Quando eu era jovem, dizia-se um ditado ‘o que é mais pessoal, é mais criativo‘. Essa citação é do Martin Scorsese“ — disse Bon Joon-ho, na noite de ontem.
Uma certeza pairava sobre muitos, a de que o melhor filme do ano mais uma vez não seria reconhecido como tal. A incredulidade foi tão grande, que em muitos bolões do Oscar, feitos na internet, apostaram em 1917, apesar da consciência (ou o coração) de cinéfilo gritar “PARASITA!”.
Com 4 estatuetas, Parasita leva para casa muito mais que a vitória. É o legado cinematográfico além das fronteiras americanas, sendo reconhecido pela Academia do Oscar.
Assista ao trailer de Parasita:
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