Mudar a etnia de um personagem não é problema se mantiver sua essência

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Inúmeros personagens já sofreram mudanças ao longo do tempo. Principalmente em quadrinhos e histórias de herói, os personagens são alterados a todo momento. Contudo, os fãs mais conservadores acabam por não gostar de algumas mudanças, como a da etnia de um personagem.

Alguns apontam que isso tira a “origem” e tira totalmente o sentido da história de tal personagem/herói. Outras justificativas são embasadas na alteração do personagem ou de suas características, mas uma pergunta fica: A etnia do personagem realmente importa, ou sua essência que é importante? Sendo um debate importante, vamos aos fatos e listaremos três provas (das muitas existentes):

Nick Fury

Nick Fury talvez seja o maior exemplo do tema citado no artigo. Tendo sua etnia mudada originalmente numa nova fase da Marvel nos quadrinhos, de um branco para um afro-americano inspirado no rosto de Samuel L. Jackson. Porém, o próprio ator gostou e quis interpretar o personagem em sua adaptação aos cinemas. O resultado não poderia sair melhor, e todos imaginam o personagem como Samuel L. Jackson. O sucesso do personagem não estava em sua etnia, e sim em sua essência: um agente durão, veterano de guerra e disposto a fazer tudo pelo bem estar do planeta.

Aquaman

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Aquaman representa a evolução do personagem nos cinemas. Jason Momoa, um ator parte havaiano e parte americano, teria que interpretar o estereotipado Aquaman de cabelos loiros e olhos azuis. Surpreendetemente, além de manter as características emocionais do personagem, Momoa elevou o nível do super-herói. Devido à animação Super Amigos, o Aquaman se reduziu à um mero tradutor de peixes. Com Jason Momoa, o herói é importante e impõe respeito por onde passa, diferente do loiro de olhos azuis.

Anciã

Novamente nos filmes de herói, temos a Anciã, de Doutor Estranho. Esse caso é ainda melhor, pois além de incluir mudança de etnia, houve mudança de gênero do personagem. Embora tenham tido reclamações por toda parte, a atuação incrível de Tilda Swinton calou a boca de todos. O personagem que é um estereótipo oriental tibetano de um sábio, interpretado por uma mulher britânica. O resultado? Uma atuação ótima e com manutenção das características emocionais do personagem, que se tornou mais relevante até do que era nos próprios quadrinhos.

A mudança da etnia não influencia

Então, chegamos a uma conclusão. Se você manter a essência do personagem, com seus pontos mais relevantes, a etnia pouco importará (com exceção dos personagens com história de origem na etnia, como o Pantera Negra ou Thor).

É necessário que tenha um entendimento, de que se a Ariel de A Pequena Sereia será uma atriz negra, mas for uma ótima atuação e leal ao seu material original, não importará. Se Idris Elba fosse o agente 007 e continuasse um personagem durão e calculista, não teria problema algum. Deve parar de se atribuir atuações ruins e roteiros péssimos à mudanças de etnia ou algo do tipo. O sucesso ou fracasso da adaptação de um personagem não depende de sua etnia, e sim de sua representação dentro do contexto em que está inserido.

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