Crítica | Tudo Que Quero

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Lançamento da Imagem Filmes tem estreia marcada para o dia 26 de abril. ( Imagem Filmes / Divulgação)

Falar sobre autismo no cinema não é novidade. Tom Hanks interpretou o autista não-declarado mais adorado da história da sétima arte, na obra-prima Forrest Gump – O Contador de Histórias. Recentemente o serviço de streaming Netflix trouxe a ótima série Atypical, que também fala sobre o tema. E na quinta-feira, dia 26 de abril, estreia nos cinemas brasileiros o filme Tudo Que Quero.


Dirigido por Ben Lewin (As SessõesUm Golpe de Sorte) Tudo Que Quero (Please Stand By) acompanha a história de Wendy, uma jovem adulta portadora de autismo, que adora escrever histórias de fantasias e é fã de Star Trek. Certo dia ela descobre um concurso, então decide terminar o seu roteiro para inscrevê-lo. Para isto, ela terá que driblar sua cuidadora, sair pelas ruas com alguns dólares no bolso, acompanhada por seu cãozinho, e enfrentar muitos desafios.


A premissa do filme é boa, a execução nem tanto. O longa-metragem é declarado uma comédia dramática, mas a falta de um e do outro acaba deixando o produto final sem muita identidade, apesar do tema principal ser de total importância como produto de conscientização (e quando a sétima arte se dispõe a fazer isso, já vale a atenção).


Dakota Fanning (Chamas da VingançaA Menina e o Porquinho) interpreta a protagonista, e mostra que cresceu e seu talento a acompanhou. A personagem tem relevância, é forte, destemida. O elenco de apoio é formado pela excepcional Toni Collette, que mais uma vez faz um trabalho ótimo como a cuidadora Scottie e Alice Eve interpreta Audrey, a irmã mais velha de Wendy.

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O desenvolvimento do filme é bem previsível. O roteiro opta por levar o espectador para uma jornada leve e engraçada, e o ponto alto do longa neste aspecto é o cãozinho Pete, companheiro de Wendy para todas as horas. As situações do filme parecem normais para qualquer pessoa, porém torna-se uma aventura cheia de obstáculos para a protagonista, como uma simples travessia de rua. Fica evidente na história a falta de sensibilidade das pessoas em lidar com o autismo. Claro que é difícil identificar quem é portador, mas não seria difícil ter um pouco mais de empatia para com o próximo.


A verdadeira família de Wendy é a Scottie. Já sua irmã Audrey parece sempre ausente e o trabalho da Eve não é tão bom, principalmente quando deveria ter uma carga dramática mais forte.


Não existe fórmula ou cura para o autismo, mas não deveria existir excesso de protecionismo, afinal as dificuldades que o portador enfrenta são intensificadas por falta de oportunidades. O autista com certeza teria uma vida melhor, caso as pessoas a sua volta criassem maneiras de tirá-lo da rotina. A produção foca bem nisso, e o segundo ato, quando a aventura de Wendy começa deixa isso muito claro.


Tudo Que Quero é um filme que possui um tema importante, tem boas interpretações, momentos engraçados porém peca na falta de carga dramática. Vale como produto de conscientização, como já escrito no começo, mas como produto audiovisual é bem mediano e provavelmente não será muito lembrado daqui algum tempo.

Assista ao trailer: 

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