Crítica | Toy Story 4: Os outros podem ser até bem melhores do que eu?
Nesta crítica de Toy Story 4 nós conversamos sobre a necessidade de um quarto filme nesta franquia, e, claro, dos acertos e erros da Pixar.
"O tempo vai passar, os anos vão confirmar
As três palavras que proferi:
'Amigo estou aqui"
É no clima da consagrada trilha sonora da franquia, dublada ou original (You’ve Got A Friend In Me) que nós fãs recebemos Toy Story 4 crescemos com os filmes, crescemos com os personagens e seus dramas existências. E eis o grande trunfo das sequencias: a “evolução emocional” de cada filme.
Mas será que a Pixar conseguiu manter esses atributos sem ser redundante, tendo em vista que o filme anterior já havia dado um fechamento satisfatório para uma trilogia?
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Mas vamos à crítica de Toy Story 4:
Os personagens continuamente estiveram em consonância com a questão proposta de cada uma das sequências. Isto é, os filmes sempre foram bem desenvolvidos e o resultado final das obras nunca deixou a desejar. Muito pelo contrario, os filmes são equilibrados, evolventes, necessários e progressivos.
Poderia-se afirmar que Toy Story 4 não inova em sua temática central, ou seja, estamos novamente lidando com situações de abandono e seus conflitos decorrentes.
Há um susto: nos primeiros 40 minutos do filme ele é prolixo e oferece mais do mesmo sem mostrar de imediato a que veio.
Em resumo: demorou um pouco mais do que deveria para engatar a sua razão para ser. O propósito (plot principal) do filme atrasa para ser demonstrado porque as subtramas tardam para serem efetivamente desenvolvidas. Como resultado: houve comprometimento de ritmo e e equilíbrio no trabalho.
No entanto, logo na primeira cena há um flashback que nos mostra uma personagem omitida no 3º filme. Aqui entendemos o porquê de sua omissão.
No decorrer do desenvolvimento dessa personagem (o que ocorre muito após os 40 minutos de filme) o mote do longa é justificado (lealdade x liberdade): eis o pretexto para a existência de Toy Story 4 e essa saga é muito bem executada.
Assim sendo, progressivamente, percebemos indícios de que o protagonista (Woody) está mais perturbado e esgotado no que diz respeito à sua condição.
As demais histórias da trama, como de costume nas boas narrativas, ajudam de forma eficaz e fluída a contar e estruturar a aventura central.
Os personagens novos
Há poucos personagens novos, mas dois em especial são de extrema importância para o filme, o Garfinho (Forky) e a Gabby Gabby.
Forky é carismático, original, tem alívio cômico e é bem desenvolvido, mas não só: Forky é um personagem complexo e parece ser um arquétipo oposto ao Woddy.
Gabby Gabby que, inicialmente, poderia ser interpretada de maneira errônea, também tem uma história digna e importante para ser contada dentro do enredo.
Os outros personagens secundários não são muito trabalhados. Isso não chega a ser um ponto negativo, haja vista que eles já possuíam a simpatia do público.
Em relação aos aspectos técnicos do filme é unanimidade que a animação evoluiu muito. Está extraordinária a ponto de aparentar ser live-action em alguns momentos. O 3D não está carregado e, portanto, bem utilizado.
Contudo, isso não é essencial para a apreciação do filme. Maiores elogios à Pixar nesse quesito são desnecessários.
O desfecho do filme responde à pergunta inicial desta crítica, que em outras palavras poderia ser traduzida como “há algo mais para ser contado nessa história?” E a resposta é, sem dúvidas: – Há!
E as últimas cenas deixaram mais que clara a resposta à essa indagação. E a que custo? Bem, vejam e sintam, é só o que devo dizer!
Conclusão
Não é o melhor filme da franquia, pelas razões de ritmo e equilíbrio ocorridas no início do longa e apontadas acima. Contudo, o filme é a materialização do que a saga propõe, a mencionada “evolução emocional”, e isso, levando em conta o crescimento não só dos personagens, como também do público.
Por fim, assistindo ao filme de fato somos convencidos de que faltava contar o que Toy Story 4 contou.
Que acabe por aqui! Está tudo certo agora, não que já não estivesse…