Crítica | Toc Toc

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(?WARNERBROSPICTURES)

Comédia dirigida por Vicente Villanueva (2017), cuja principal proposta é tratar sobre o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) da forma mais descontraída possível. Isso acontece quando seis pessoas que convivem com algum tipo desse transtorno procuram um renomado doutor para se consultarem, mas nada iria ser tão fácil.

O primeiro personagem, Federico (Oscar Martínez) é apresentado como sendo o primeiro a chegar ao consultório. Durante seu caminho à consulta seu transtorno é mostrado cruamente durante todo o trajeto, e como sendo um desequilíbrio que o faz, involuntariamente, proferir insultos e palavras de baixo calão a qualquer pessoa que esteja próxima a ele, o misto de pena e graça acaba nos confundindo neste primeiro momento. Algo bem interessante no roteiro desse longa é, justamente, essa atenção que é dada para cada um dos personagens logo que nos são apresentados. Tanto o detalhamento da doença quanto das particularidades de cada indivíduo é trabalhada sem pressa, sendo possível entendê-los e desenvolver a empatia por eles.

Blanca (Alexandra Jiménez), cujo problema se relaciona com seu pavor por bactérias e contato físico de qualquer espécie, é quem conhece primeiro Federico, o que nos acaba causando uma série de inevitáveis risos com a postura que ambos assumem juntos, já que enquanto Blanca não consegue se sentir confortável naquele ambiente que, na sua cabeça esta altamente contaminado, ainda precisa entender o motivo de Federico a estar xingando sem ao menos a conhecer.

Enquanto os dois pacientes presentes aguardam a chegada do doutor, que havia se atrasado por problemas com o trânsito, os personagens seguintes são introduzidos ao enredo. Emilio (Paco León) além de acumulador compulsivo também possui a necessidade de calcular tudo, absolutamente tudo o que o cerca; Ana Maria (Rossy de Palma) precisa conferir muitas e muitas vezes tudo o que faz antes de sair de sua casa para ter a certeza de que não se esqueceu de nada; Lili (Nuria Herrero) que repete tudo o que diz e Otto (Adrián Lastra) que possui a necessidade do perfeccionismo e simetria das coisas que o cercam.

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Todos acabam compatilhando a mesma sala de espera, o que torna evidente cada aspecto singular da doença que cada um deles possui. Interessante que, como todos são compulsivos, não importa qual seja a necessidade que determinado indivíduo tenha que fazer duas, três ou mais vezes até conseguir se acalmar, é mostrado o lado cômico e o lado desesperador de não se ter controle sobre seus próprios atos.

Como o tal doutor nunca chegava ao consultório e todos já haviam passado muito tempo aguardando decidem tentar, eles mesmos, encontrar um tratamento para suas crises. Um por um eles são confrontados consigo mesmos e pelo restante do grupo, e mesmo que alguns não consigam tomar outra postura quanto aos seus vícios, a possibilidade de auto-percepção os ajuda muito nesta fase. Ainda mais depois de um acontecimento infeliz que acaba beneficiando todo o grupo presente. E claro, o final causa uma grata surpresa. Afinal, estamos tratando de uma comédia aqui.

Assista ao trailer:

Veja também: “Crítica | Todos os Paulos do Mundo”

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