Crítica | Stranger Things – A melhor temporada da série

A terceira temporada de Stranger Things supera as expectativas, e é atração principal da Netflix para esse ano, tendo a sua melhor temporada

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Stranger Things tinha uma difícil missão a cumprir: estabelecer uma temporada ao menos digna de suas anteriores, juntamente com todo o hype colocado em cima da série. Certamente, a produção elevou o patamar do catálogo da Netflix e colecionou fãs ao redor do mundo, com seus personagens e referências dos anos 80. Contudo, a terceira temporada foi especial por vários motivos, entregando um material sólido e de qualidade.

A narrativa se renova

Um ano após os acontecimentos da segunda temporada, a turma de Hawkins retorna. As crianças já viraram adolescentes, e agora estão no verão, aproveitando as férias. Nessa nova fase é evidente o amadurecimento dos personagens, tais quais suas relações amorosas e amizades. Ao passo que a história avança, é nítida as consequências dessa nova fase e dos novos desafios. Há uma preocupação narrativa em demonstrar os sentimentos dos personagens, sem deixar de lado os contextos em que eles residem.

A interação entre eles, tais como a amizade de Max e Onze ou de Dustin e Steve, são aprofundadas. O drama vivido por Will (Noah Schnapp) que vê seus amigos se afastando, a trama de Hopper (David Harbour) tentando ser um pai melhor, e sua relação com Joyce (Winona Ryder). Todos esses elementos juntos, corroboram para uma história melhor contada, sem furos que são comuns em séries do tipo. Stranger Things tem uma ótima relação com os seus personagens.

As ameaças

Certamente, outro grande destaque é a parte sobrenatural da série. Apesar de termos tido bem mais o cotidiano da turma do que lutas contra criaturas do Mundo Invertido, as lutas não deixam a desejar. Temos o Billy (Dacre Montgomery), agora possuído pelo Destruidor de Mentes e sendo o principal algoz dos adolescentes na trama.

Mesmo com a ameaça já conhecida, a série inova novamente trazendo agora novas ameaças do mundo invertido, parte de um plano ainda maior do Destruidor de Mentes. Ao mesmo tempo que temos a inclusão dos russos da URSS, que são os viabilizadores para a volta das criaturas em Hawkins. Contudo, suas intenções com a criação de um portal para o Mundo Invertido são desconhecidas. Mesmo que tenha o contexto da Guerra Fria, não é suficiente para a motivação de trazer ou controlar ameaças de outro mundo para o nosso. Um vilão que acaba sendo clichê, mas traz um certo tom de epicidade a mais para a trama, o que acaba sendo um ponto positivo.

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O bom e novo

Os novos personagens e a participação maior de outros são a ”cereja do bolo”. Robin (Maya Hawke) , a companheira de trabalho de Steve na sorveteria, que acaba entrando na aventura; Erica (Priah Ferguson), a irmã de Lucas, que havia participado da temporada anterior, mas surge como o ponto alto da trama; Prefeito Kline (Cary Elwes), um político corrupto e narcisista que tem seu arco ligado à trama, etc.

Bem como toda série, Stranger Things poderia se complicar com o arco desses novos personagens. Porém, a série consegue se virar e estabelecer conexões com o novo e o já conhecido. Além disso, todos eles tem alguma parte importante na trama dessa nova temporada.

O final da história está próximo

O final da série parece ser conclusivo. Os arcos estão (quase) completos, ocorrem algumas mudanças que vão mudar a vida do grupo e eles evoluirão. Juntamente com o que os produtores disseram em 2017, que a série poderia terminar na sua quarta temporada, é possível imaginar que Stranger Things esteja chegando ao fim. Ao mesmo tempo que se torna algo triste para os fãs, é algo feliz de certa forma. Poucas séries conseguem manter um nível de qualidade tão alto e regular, e conseguem terminar bem. Mesmo com a história conhecida, a inovação que a série traz a cada temporada é de impressionar. A epicidade, o sentido das histórias e os arcos emocionantes, fazem da série uma das melhores da Netflix.

OBS: Após o fim do último episódio, tem a exibição de uma cena pós-créditos. Tal cena é um gancho para a possível quarta temporada da série.

A terceira temporada de Stranger Things combina novidade com regularidade e momentos épicos, se tornando a melhor temporada da série.

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