Crítica: Roda Gigante
Oi, gente! Dando seguimento a nossas críticas cinematográficas hoje trago mais um filme do Woody Allen, Roda Gigante.
O filme Roda Gigante
O novo filme do Woody Allen, este mais integrado do que o último (Café Society) no cinema digital, realça a habilidade do diretor em criar conflitos amorosos e destaca ainda mais a genialidade do Vittorio Storaro na iluminação.
Roda Gigante é ambientado na Coney Island nos anos 50, conta com a atuação destaque e brilhante de Kate Winslet que vive uma ex atriz que teve seus sonhos despedaçados e, estando inserida em um casamento frio, conhece e apaixona-se por um jovem salva-vidas, o qual corresponde o seu amor e o divide com a atraente Carolina (Juno Temple), sua enteada recém chegada, formando um triângulo amoroso secreto.
Destaques em Roda Gigante
Apesar de um CGI que às vezes chega a incomodar, o maior destaque de Roda Gigante é o seu desenho de luz. O mago da luz, como é conhecido o diretor de fotografia Vittorio Storaro, utiliza magistralmente as luzes do parque de diversões de Coney Island a favor da narrativa.
O filme tem um tom predominantemente dourado, que além de remeter à era de ouro do cinema norte americano, realça o sentimento de vivacidade despertado em Ginny (Kate Winslet) ao conhecer o salva-vidas Mickey (Justin Timberlake), fazendo por vezes um jogo onde os momentos em que eles estão juntos são marcados pelo dourado e os momentos em que ela está junta ao marido Humpty (James Belushi) são de uma insaturação sepulcral.
A iluminação do parque de diversões alterna várias vezes entre vermelho e azul. O vermelho, ao preencher o quarto no qual Ginny e Carolina discutem sobre Mickey cria um clima de ciúme ardente sobre Ginny, ao passo que o azul imprime em Carolina a inocência de desconhecer que está em um triângulo amoroso.
O azul também mostra a frieza da relação que Ginny mantém com seu marido Humpty, que acomodou-se em seu posto de operador de carrossel e pescador e que força Ginny a acomodar-se também. Em meio às escapadas de Ginny com Mickey, o vermelho na tela demonstra a sexualidade que aflora de Ginny ao conhecer um novo amor e viver uma paixão proibida.
Uma nova musa Woodyana em Roda Gigante?
Além da iluminação, é curioso destacar o primeiro encontro nas telas entre Kate Winslet e Woody Allen, que poderia ter acontecido em Match Point (2005) se a atriz não tivesse desistido do projeto.
Apesar da fala de Kate após o término do filme, que acredita-se que tenha sido direcionada especialmente ao Allen, destaca-se a cena do mini monólogo no final da película, onde ela vestida com seu antigo traje de musical encara a triste realidade na qual vive e da qual não sairá, um verdadeiro show de atuação.
Nosso veredito sobre Roda Gigante
Lançado no dia do aniversário de 82 anos do Woody Allen, Roda Gigante conquista pela iluminação primorosa, por atuações femininas de grande qualidade e pela inserção cada vez maior do velho diretor no novo cinema digital, no qual, encerro, deve-se ir com mais cautela.
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