Crítica | Nós – Peele falhou?

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Novo longa dirigido por Jordan Peele (Corra!), que teve sua estreia na última quinta-feira 21. Como já esperado, o estilo do diretor permanece inconfundível em mais um excelente filme, o qual mistura elementos do horror, crítica social e doses de humor.

Peele se estabelece, de fato, como o gênio que tem se mostrado desde sua estreia como diretor. Não importando-se com comparações medíocres e infundadas, o diretor entrega um filme com uma história que prende quem assiste logo nos primeiros atos.

Adelaide (Lupita Nyon´g) nunca se esqueceu do evento estranho que ocorreu quando era apenas uma criança. Certa vez, em um parque de diversões com seus pais ela acaba entrando em um dos brinquedos sozinha, ali dentro, na penumbra e em frente à um grande espelho a menina acaba vendo muito mais do que apenas seu reflexo.

Anos depois, junto ao seu marido Gabe (Winston Duke) e seus dois filhos, Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex), Adelaide (Nyon´g) retorna a sua antiga cidade para passar as férias, acompanhada também pelo casal de amigos Kitty (Elisabeth Moss) e Josh (Tim Heidecker). Estando novamente naquele lugar Adelaide (Nyon´g) sente que aquela sensação ruim ainda persiste e começa a temer pela sua família.

Quando o terror é colocado de maneira literal com o surgimento da “outra família” em uma cena que causa pavor, justamente por não se deixar nenhuma possibilidade de dúvida sobre o que esta diante da tela, ocorre a quebra. Isso por causa do alívio cômico que, por muitas vezes é perfeitamente encaixado à cena, mas por outras acaba sendo demais.

A perfeita atuação de Lupita Nyon´g é um dos pontos altos. Ela conduz toda a narrativa trabalhando expressões de felicidade até pavor na cena, expressando-se muitas vezes apenas com os olhos. Isso tanto em seu papel principal como também sendo a “outra”.

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Elisabeth Moss também esta muito bem, apresentando oscilações de humor e adequando-se às personagens perfeitamente.

A trilha do longa ainda desperta toda aquela aflição que Peele conseguiu nos fazer sentir no filme anterior, principalmente nas cenas mais pesadas mergulhadas em sangue que são mostradas em grande quantidade e intensidade.

Aspecto que talvez possa servir como explicação para o sentimento de vazio que os fãs que forem com grandes expectativas às salas de cinema possam ficar. Isso porque Nós como longa teve um defeito: a falta de explicação. Muitas teorias podem ser levantadas a respeito do que são “os outros”, mas não passam disso. Por fim, mesmo em meio as inevitáveis comparações com Corra! é preciso se distanciar dele para que a apreciação do novo filme aconteça.

Assista ao trailer:

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