Sob o clima atemporal de Reunion (M83), Bored (Billie Elish) e Fascination Street (The Cure), é possível reviver a história alarmante de Hannah Baker, numa espécie de loop do cinema para com o espectador comovido. Um efeito e tanto, bastante comum quando assistimos qualquer boa série ou filme com trilha legal.
Pode parecer um cenário lúdico, envolvente, belo, comparado ao que logo surge em seriedade e trama. Trata-se da não rara situação do “tirar a vida”, a própria vida.
Assistida em etapas para processamento e em bom áudio e imagem para que a voz de Hannah não seja somente para Clay, a mais recente produção da Netflix colabora com um tema tabu e com uma razoável cinematografia. Fica até, por ora, desarmônico escrever uma espécie de crítica de algo que é da mídia do streaming, mas que aborda o que é tão social e polêmico perto de nós, a sociedade.
Mas é ok estarmos aqui nesta ínfima análise , já que pessoas do mundo da arte, que não são tão levadas a sério, tiveram a atitude de criar um roteiro de suspense dramático , para apresentar em uma série o suicídio de uma garota. E assim mostrar, através desta série a personalidade e comportamento, a construção social, o estopim da mente e do sentimento. Pelo menos, é o que se sabe ser o que “contribui” para um indivíduo chegar à escolha de não suportar mais. Como foi a de Hannah em 13 Reasons Why.
Sem precisar focar na já conhecida perturbada vida escolar de um adolescente, a série já pula esta parte e nos adianta o que interessa. Que algo sério aconteceu. Que não é brincadeira. Que não é somente fazer mais um seriado para o catálogo e para dar joinhas na tela. A forma como é contada a história de Hannah, torna possível a quem assiste a aproximação com Clay e o que ele, somente ele, tem que “lutar” para não ser em vão seu amor pela garota. Gravações em fitas cassetes como se fosse um diário arquitetado, abrem caminho para descobrir que havia grande disposição de Hannah em apontar suas pequenas tragédias sociais.
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