Paulo Gustavo é um ótimo humorista, tendo em vista seus trabalhos na televisão, como os programas 220 volts e Vai que Cola. Nos cinemas, ele conseguiu migrar esse lado cômico com uma personagem engraçada, excêntrica e famosa: Dona Hermínia. Se você gostou dos primeiros dois filmes, Minha mãe é uma peça 3 conseguirá te agradar também.
Sinopse Minha mãe é uma peça 3:
Dona Hermínia vai ter que se reinventar porque seus filhos estão formando novas famílias. Essa supermãe vai ter que segurar a emoção para lidar com um novo cenário de vida: Marcelina está grávida e Juliano vai casar. Dona Hermínia está mais ansiosa do que nunca! Para completar as confusões, Carlos Alberto, seu ex-marido, que esteve sempre por perto, agora resolve se mudar para o apartamento ao lado.
O cinema brasileiro sempre flertou muito com filmes de comédia. Não é fácil conseguir extrair gargalhadas do público. São poucos os filmes que conseguem esse feitio, e Minha mãe é uma peça 3 cumpre muito bem essa missão. As risadas são garantidas, os momentos cômicos também e, é claro, os chiliques dessa mãe desbocada e cheia de manias.
Paulo Gustavo (que interpreta a Dona Hermínia) assina o roteiro. O filme consegue arrancar boas gargalhadas, colocando a protagonista em situações novas e reprisadas. Aqui, de forma bem humorada, ela precisa se redescobrir, perante a ausência da família. O longa acerta, mantendo a mesma essência do primeiro e segundo filme. A protagonista continua caricata, mas a essa altura o público já comprou essa construção da personagem, o que garanti a diversão.
Utilizando todas as oportunidades de fazer piadas, o filme cumpre com seu principal objetivo: fazer você rir (e muito!). Em determinado momento, o roteiro migra para o drama, utilizando os flashbacks para abordar temáticas, como a homofobia, mas nada muito profundo.
Falando no uso dos flashbacks (apesar de serem poucos), neste terceiro filme, eles não funcionam como no primeiro longa. As cenas estão na projeção com o objetivo de emocionar, contudo, são pouco desenvolvidas, mas cumprem bem sua finalidade, que é humanizar a Dona Hermínia. Assim como evidenciar que além dos palavrões, gritarias e surtos, ela também possui dilemas como toda mãe.
O segundo filme terminou com uma cena divertida da Dona Hermínia se aventurando no exterior. O que pareceu um “possível” gancho para este filme, não acontece. No entanto, repentinamente no segundo ato deste terceiro longa-metragem, a personagem viaja novamente para os Estados Unidos (dessa vez para Hollywood) repetindo a mesma situação já vista anteriormente; algo destoante do restante do roteiro.
Paulo Gustavo está bem no papel da protagonista, ainda mais quando a inspiração para a personagem vem de sua mãe na vida real, cuja origem foi nos palcos de teatro. Se o pavio curto e o humor da Dona Hermínia te conquistou, neste filme você continuará adorando cada momento ao lado dessa personagem.
Os demais atores estão confortáveis em seus papéis, apesar de aparecem com menos frequência. O personagem Juliano (Rodrigo Pandolfo) se desenvolve mais nos diálogos de outras figuras na trama, do que propriamente aparecendo em tela; são poucas as suas cenas, o que não coincide com o grande passo que o personagem toma dentro do roteiro. Quando percebemos, ele já está concluindo seu arco narrativo, sem assistirmos de perto sua evolução.
Já a futura mamãe, Marcelina (Mariana Xavier), consegue ter bons momentos e um melhor desenvolvimento. O pai, Carlos Alberto, interpretado por Herson Capri continua com os mesmo diálogos; seu personagem permanece no mesmo ponto, sem regredir ou progredir.
Minha mãe é uma peça 3 com certeza irá agradar seu público-alvo, já estabelecido. Com mais tiradas cômicas, desde a primeira cena, até a última, Dona Hermínia vai fazer você rir demais em uma comédia nacional que entretêm.
Fique durante os créditos, pois homenagens serão feitas, além de uma divertida surpresa (que já aconteceu durante os créditos finais dos filmes anteriores!).
Veja também: Cinerama Cast: EP#07 – História De Um Casamento.
Ouça o nosso podcast: