Crítica | Ma: psicopatia, aflição e bom desenvolvimento

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Octavia Spencer é uma excelente atriz, simples assim. Em Ma ela transforma um roteiro até que comum em um bom filme de terror. A história fala sobre uma mulher adulta que promove festas em casa para se aproximar de adolescentes.

Dito assim, a premissa do filme não parece nada de excepcional, mas o desenvolvimento da psicopatia da antagonista consegue te prender até o final. Apesar de possuir poucas surpresas, a história será o bastante para manter você prestando atenção.

Ma foge aos clichês do gênero

O público costuma ser bem injusto com filmes de terror. Normalmente, esperamos mais da trama, queremos uma surpresa extra, um susto novo, uma emoção diferente, uma história bem contada, queremos sentir algo.

Em Ma o diretor conseguiu despertar algumas sensações, sobretudo a aflição e aquele riso travado inquietante (com uma ajuda gigantesca da brilhante atuação de Octavia Spencer). Há uma constante espera para saber qual é a proporção da maldade de Ma e o quão profunda ela está em sua dor particular.

Torcer ou não pelo vilão, criar ou não conexão, como subverter o gênero

É como eu disse, a grande questão dos filmes de terror é que estamos saturados deles. O gênero sofreu transformações nos últimos anos e o público senta para assistir um sem qualquer paciência.

Uma das alternativas que os produtores encontraram foi fazer você se identificar, ou ao menos balançar um pouco, quando confrontado com a história do psicopata, do vilão, do assassino.

Talvez, se encontrar humanidade na figura do antagonista (ou da) então dará maior peso para as ações na tela, entendendo por qual razão um ou outra coisa está acontecendo. Algo que não estava presente em filmes de terror dos anos 90 e 2000, por exemplo. Lá, vilões eram vilões, assassinos eram assassinos, muitas vezes por motivações ínfimas ou defeitos de personalidade.

Em Ma o roteiro até que transita nessa direção, lançando pequenas doses de história que poderiam fazer você sentir, ao menos um pouco, a motivação dela. Mas a construção da montagem e até mesmo os antagonistas que são responsáveis por essa motivação não possuem tempo o bastante de tela para que o público realmente sinta por ela. Dizendo mais simples: você não torce por ela, apesar do roteiro querer isso em alguns momentos, você entende as razões dela, mas não torce.

Um filme que vence pela estranheza

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Se a motivação da psicopatia dela não ganha espaço, a estranheza do todo certamente vai chamar a atenção. Conforme o grupo de jovens descobre coisas você acaba mergulhando em cenas cada vez mais estranhas.

Essa perturbação é a sua linha guia para ficar até o final do filme.

Ma e o jeito comum de contar o terror

Mais uma vez, não há o que falar sobre Ma na cinematografia e não tem nada de errado nisso. É um filme competente, que não comete erros bobos, com sustos telegrafados. As cenas de gore também foram dosadas na medida certa para o público que não está habituado ao gênero.

No fim, Ma consegue ser um filme de suspense que encontra seu espaço em diversos públicos. Não vai surpreender os aficionados pelo gênero, nem enojar ou desagradar as pessoas que preferem ficar longe de sangue.

Assista, valerá a pena.

Avisos finais

Como gosto de falar e já peço nos meus últimos artigos. Estou completamente mergulhado no gênero de Terror. Então, se você quer ver a crítica de algum filme aqui na página, basta deixar o comentário no Facebook, que eu estou acompanhando todas as respostas.

Pode pedir daquele filme que você viu algum dia sem querer em um streaming qualquer da vida, esses são os mais interessantes.

Esse redator também é escritor. Se estiver com vontade de pegar uma leitura leve, rápida, com cenas marcantes e muitos assassinatos, conheça dois dos meus livros. Um Link está aqui, o outro aqui. Você também pode me seguir no Instagram, estou sempre postando contos de terror/suspense.

Abaixo o trailer

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