Crítica | Jogo Perigoso

Critica jogo perigoso
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Jogo Perigoso é um filme da nova safra de lançamentos da Netflix. Baseado no livro de 1992 escrito por Stephen King. Carla Gugino e Bruce Greenwood atuam como os personagens principais. O elenco de apoio é formado por Henry Thomas e Chiara Aurelia. Mike Flanagan adaptou o livro para o roteiro e também dirigiu o filme.

A história fala de Jessie e Gerald Burlingame, que se arriscam em jogos eróticos, como a última saída para um casamento agonizante na UTI dos relacionamentos.

O filme começa com um ritmo sexy e ótimas escolhas de enquadramento. As primeiras cenas funcionam bem e o dinamismo do filme prende a atenção. Antes do primeiro ponto de virada o diretor acertou bastante em manter a expectativa de cenas violentas sempre presente.

Pelo trailer você pode descobrir que o filme realmente começa quando a esposa fica algemada na cama após a morte súbita do marido. Diferente do que a premissa indica, este não é um filme de sobrevivência aos moldes de super soluções criativas. Quem espera que ela acione o modo Perdido em Marte – para usar um exemplo recente – vai se decepcionar.  O filme é um terror psicológico com aspectos de autoanálise. A personagem deve ter coragem de passar em revista sua história, antes de conseguir, literalmente, livrar-se das algemas.

Alegórico e cheio de simbolismo. O filme está sobre um roteiro sólido, além de contar com ótimas camadas para trabalhar a tensão. Stephen King pode ser acusado de muitas coisas, mas jamais de não saber construir uma estrutura narrativa.

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Infelizmente, o projeto tropeça nas mãos do diretor. Entre os filmes dirigidos por Flanagan estão: Ouija Origem do Mal, O Espelho e Absentia, ou seja, ele ainda não fez um filme que tenha se destacado no gênero – infelizmente, este é apenas mais um exemplo dos erros que o diretor comete.

O Diretor encontrou boas soluções para os momentos de tensão na virada do primeiro para o segundo ato, é uma pena que ele tenha repetido essas soluções à exaustão. A montagem também apresenta problemas. No momento de encontrar o espaço devido para um antagonista muito importante as decisões acabaram apressadas. O resultado final é um último ato cheio de informações enfiadas goela abaixo no público. O que ficou sobrecarregado no último ato poderia ter sido distribuído pelo filme, o que aumentaria a tensão e livraria o público de uma chuva de informações novas, aparentemente, “jogadas” na trama.

As escolhas para a redenção final da protagonista também não funcionaram, o filme caí drasticamente nesse momento decisivo.

De todo modo: nenhum dos problemas tira o mérito da história bem escrita e não são desculpas para deixar de conferir o filme. Apesar de alguns problemas de montagem e diversos problemas de ritmo, Jogo Perigoso contém ótimas atuações. Uma pena saber que existia um material rico e o resultado foi um filme mediano.

Com algumas boas surpresas e cenas angustiantes, Jogo Perigoso é um filme de terror produzido pela Netflix que, apesar de não ser imortal, faz valer os 105 minutos investidos nele.

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