Crítica | “Fury” Corações de Ferro

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Fury (Corações de Ferro) é um filme de 2016 estrelado por Brad Pitt e dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida, Dia de Treinamento), além de contar com a participação de Shia LaBeouf e Michel Peña.

A história se passa na segunda guerra mundial, quando uma Alemanha devastada e derrotada luta até as últimas forças para conseguir repelir os aliados, os personagens são soldados Americanos responsáveis por um tanque de guerra apelidado de Fury.

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Felizmente este é um dos raros casos em que um filme consegue se destacar da multidão de filmes com o mesmo tema, o Diretor David Ayer conseguiu fazer em Fury um papel excelente quando o assunto é imersão do público e criação de mundo. Para mim o único bom filme do Diretor, mas isso é assunto para outro post.

A paleta de cores sem vida somada com a névoa cria uma atmosfera fantasmagórica que funciona bem para representar a angustia de uma guerra perdida. Existem cenas inquietantes e é muito interessante analisar como as batalhas são travadas em meio a um império em ruínas. É possível encontrar em Fury um eco do filme “A Queda” de 2004, não com o mesmo peso psicológico, mas, com a mesma textura, a mesma essência. Quando o diretor aponta a câmera para os horrores da guerra específicos, como as cenas de brutalidade ou a crueldade fria dos combates, ele faz um tralho excelente. Existem, contudo, momentos em que o diretor esboça algumas batalhas internas e aspectos mais psicológicos dos personagens, nestes momentos o filme acaba ficando deficiente, pois, o diretor não é capaz de ir a fundo nestes sentimentos, o filme acaba ficando refém das interpretações de Brad Pitt e Logan Lerman, que embora sejam sólidas, não causam aquela angústia extra que o filme se propõe a atingir. A transformação do personagem principal também me incomoda um pouco, eu não acho que o filme cria raízes o bastante antes de começar a modificar o comportamento dele, o que acaba tornando a mudança quase irrelevante. De todo modo o filme é um destaque, pois, faz uso de bons jogos de câmera, edição eficiente e fotografia bem planejada para entregar um mundo devastado gerando uma sensação constante de derrota e perda.

Fury é um bom filme de guerra, sem grandes surpresas e roteiro bem escrito. Não existem grandes mudanças ou qualquer quebra de paradigma, de todo modo, é um filme visualmente muito impactante, a atmosfera funciona e é uma boa solução para quem gosta de filmes do gênero.

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