David Oyelowo é Jack Radcliff, um detetive que precisa entender os assassinatos sofridos pela família do irmão ao mesmo tempo que lida com a dor da perda da sobrinha e as fases do luto.
A direção e o roteiro são assinados por Jacob Estes, ele não é ruim, mas seu trabalho tem pouco impacto. Já quero adiantar que ele acertou muito bem em Don’t Let Go.
Como Don’t Let Go conseguiu uma nota acima da média
Quem acompanha as críticas aqui na página percebe que muitas vezes nós temos tendência a dar notas mais baixas para os filmes. Não por que eles sejam ruins, mas para não “queimar cartucho” em filmes que são, no fim das costas, apenas medianos.
Então, ao menos nos meus artigos, quando um filme passa das três estrelas, três estrelas e meia, é que ele realmente propôs algo de diferente e esse algo funcionou na história.
Esse é o caso de Don’t Let Go
Cuidado com spoilers, quanto menos você souber do filme melhor
Eu vou falar das impressões que o filme deixou e mim e de características positivas, mas não quero dar qualquer detalhe sobre a história, pois a grande força desse filme está em deixar você sem saber o que vai acontecer.
E aí que ele ganha presença. É o tipo de filme que funciona em camadas, propondo soluções para que o público adivinhe o que está acontecendo
É um filme que te preenche de dúvidas e faz você supor muitas coisas. Funciona bem, desde que você goste de comprar a ideia do que está acontecendo na tela, que você não se importe de obter ou não certas respostas.
Filmes que não julgam o público burro
Don’t Let Go tem sua dose de exposição, sobretudo nos diálogos, mas muitas coisas ficam abertas para a interpretação do público, e essas coisas são atrativas.
Você vai percebendo enquanto o roteiro empilha camadas sobre camadas de “complicações narrativas” e fica na dúvida de como as coisas irão se resolver.
Aí entra uma outra questão do filme, a história caminha lentamente para uma armadilha. Você percebe enquanto o roteiro vai afunilando, afunilando, até que em um momento enquanto assiste irá pensar: “ok, é isso, o filme não tem mais para aonde ir, a não ser que ele me dê uma resposta sobre o que está acontecendo, ou sobre o que aconteceria se…”
E quando você obtém a resposta, bem, vou deixar para que você diga se foi satisfatória ou não.
Imagéticamente é um ótimo filme, mas não há novidades
Alguns usos de câmera sobre o ombro fazem algumas cenas ficarem imersivas. Os diálogos também recebem enquadramentos especiais, muitas conversas funcionam como que dentro de uma moldura. Eu também gosto da cinematografia melancólica.
Contudo, as cenas de ação caem no erro de takes tremidos o que, no fim do dia, não faz do todo uma cinematografia memorável.
O som vai pelo mesmo caminho, é cuidadoso, competente, até inteligente em certas partes, mas não irá causar grandes surpresas.
Don’t Let Go, lançando em 2019, é um bom filme. Foge do comum, tem muito o que dizer, e o mais importante, vai fazer todos discutirem sobre as cenas e sobre como a história poderia ir por um caminho, ou como ela foi pelo outro.
Desperta interesse, desperta a curiosidade e faz você mandar aquela mensagem para outra pessoa falando: “Ou, já viu esse filme? Sério, vê! Velho ele é muito… não vou nem te falar, vê depois me diz.”
E é o mesmo que eu digo para você, veja, depois me diz. Levou 4 estrelas muito bem empregadas.
Avisos finais
Como gosto de falar e já peço nos meus últimos artigos. Estou completamente mergulhado no gênero de Terror. Então, se você quer ver a crítica de algum filme aqui na página, basta deixar o comentário no Facebook, que eu estou acompanhando todas as respostas.
Pode pedir daquele filme que você viu algum dia sem querer em um streaming qualquer da vida, esses são os mais interessantes.
Esse redator também é escritor. Se estiver com vontade de pegar uma leitura leve, rápida, com cenas marcantes e muitos assassinatos, conheça dois dos meus livros. Um Link está aqui, o outro aqui. Você também pode me seguir no Instagram, estou sempre postando contos de terror/suspense.
Abaixo o trailer