Crítica | Creep, Cinema simples com qualidade

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Creep é um filme de 2015 no estilo filmagem caseira, também chamado de found footages. Quando a história é contada por um ponto de vista gravado por dentro. Personagens carregando a câmera, dialogando com ela, enfim, é como se a produção do filme fosse feita por quem está em cena.

Os créditos carregam o nome de duas pessoas importantes no cenário de cinema alternativo, Patrick Brice e Mark Duplass. Para a juventude americana que tem aquele sonho de pegar uma câmera, gravar um filme e fazer sucesso, o sobrenome Duplass deve causar algum arrepio.

Aqui no Brasil, como a produção de filmes realmente não decola e você tem muito mais chances de descolar uma grana filmando a si mesmo fazendo palhaçadas dentro do seu quarto. Esses nomes já não soam tanto.

Mas vamos ao filme, o que Creep faz

Para começar, precisamos estabelecer que o filme todo contém apenas dois personagens. Existe a participação de mais duas pessoas por meio de voz (telefonemas), mas em cena você só vai ver o rosto dos dois citados acima.

Também é bom reforçar que Creep foi gravado com orçamento baixíssimo, aí está uma das características de Duplass, que tem seu nome aliado aos filmes “do tipo B”, mas com qualidade narrativa eficiente.  Isso quando ele está na equipe de produção, direção ou criação dos roteiros, mas Duplass também faz a voz de Val Bilzerian na animação Big Mouth, além de outras aparições em séries de maior orçamento.

Em Creep ele interpreta o antagonista, um personagem esquisito, desagradável. A trama se passa quando o produtor de vídeo freelancer interpretado por Patrick Brice vai até o chalé de Duplass para fazer uma gravação de despedida. Jeff (Duplass), afirma que está morrendo com um câncer cerebral e quer deixar uma recordação ao filho. Esse é o filme.

Elementos agradáveis e menções honrosas para Creep

Longe de ser um filme fabuloso, Creep consegue conquistar pela estranheza. É desconfortável ver como as cenas vão se desenvolvendo e o relacionamento dos atores com a história ganha contornos cada vez mais instigantes.

Alguns avisos são importantes: Esse é um filme silencioso, com o volume baixo, recurso usado para ampliar a força dos jump scares. Então, pode ser que muitos leitores acusem o filme de “causar sono” (aí está a vala comum dos filmes de terror, sem os tiroteios e barulhos, eles ficam mesmo caladinhos esperando algo incrível acontecer).

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Segundo aviso: Creep não é um filme em que coisas incríveis irão acontecer. Os Jump Scares também não possuem qualidade especial, alguns são até mesmo desencanados demais, como se os produtores tivessem tirando sarro do uso.

Mas o filme merece ser assistido. Pois, é bom ver produções com orçamento limitado criando conteúdo de qualidade para o público. Muitas vezes, acreditamos que a falta de grana possa fazer com que o cara com a câmera queira realmente deixar ela paradinha dentro do quarto e falar um monte de besteiras, depois publicar no Youtube e esperar os patrocínios enviarem e-mail.

O que Patrick Brice e Mark Duplass fizeram em Creep foi provar que com uma ideia, não precisa sequer ser uma ideia genial, e alguma criatividade, você pode contar uma história bacana por 77 minutos.

Tem valor, não como o melhor filme de terror que você vai assistir, mas para provar que é tão simples colocar uma história para rodar.

Avisos finais

Como gosto de falar e já peço nos meus últimos artigos. Estou completamente mergulhado no gênero de Terror. Então, se você quer ver a crítica de algum filme aqui na página, basta deixar o comentário no Facebook, que eu estou acompanhando todas as respostas.

Pode pedir daquele filme que você viu algum dia sem querer em um streaming qualquer da vida, esses são os mais interessantes.

Esse redator também é escritor. Se estiver com vontade de pegar uma leitura leve, rápida, com cenas marcantes e muitos assassinatos, conheça os meus dois livros. Um Link está aqui, o outro aqui.

Abaixo o clipe:

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