Crítica | Brightburn : Filho das Trevas

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Mentalize a história do Superman que todos conhecem só que de forma invertida. Ou melhor, de forma maligna. É o que define a produção do aclamado cineasta James Gunn no filme de terror Brightburn : Filho das Trevas, que aposta em um Superman (ou superboy) só que do mal e com uma premissa muito boa.

Mas o longa realmente acertou?

Brightburn se passa em uma pequena cidade, de mesmo nome, no Kansas (EUA), e centraliza num casal de fazendeiros que presenciam a queda de um meteoro em sua propriedade. Na queda havia uma espécie de nave trazendo um bebê, o que personifica o desejo que o casal tinha em ter um filho. Os anos se passam e o garoto, ao completar doze anos, descobre ter uma força sobre-humana. O início da história nos lembra a de Clark Kent – uma comparação com o herói de aço que acaba aqui.

O uso das super habilidades sobre-humanas não é usada para o bem da humanidade. Brandon Breyer, interpretado por Jackson A. Dunn, após se dar conta de sua força começa a usá-la para aterrorizar e matar sem qualquer motivo aparente.

O longa foi dirigido por David Yarovesky (A Colméia), mas leva o peso de quem o produziu, James Gunn (Guardiões da Galáxia). Gunn traz, a princípio, inovação para o cinema com o Filho das Trevas. Em outras palavras, traz um gênero diferente: o terror de super-heróis.

A premissa de que um garoto super-herói usa seus poderes para explorar seu lado maligno é diferente e interessante. O comportamento maldoso de Brandon possui suas particularidades até notáveis em algumas cenas, mas não conseguem levar o filme todo.

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Poucas cenas encaixam no terror esperado pelo público. Algumas conseguem ser marcantes, como a cena em que Brandon encurrala uma pessoa conhecida na estrada deserta e escura. Mesmo assim, não alcança o que o imaginário das pessoas podem relacionar com o que um Superman do mal é capaz. Ou seja, o super poder não é explorado a ponto de ser fiel à premissa.

Por outro lado, em questão de efeitos especiais Brightburn nos entrega cenas bem feitas e fortes. Algo que causa no público o efeito jump scares, aqueles sustos indesejáveis que chegam fáceis demais. Apesar disto, o filme obteve o uso de CGI em um nível razoável, não tão impressionante quanto nos filmes da Marvel ou DC. O que, mais uma vez, não foi fiel ao nível grandioso que um super poder requer.

Os pais adotivos de Brandon, Kyle e Tori Breyer (David Denman e Elizabeth Banks) estão ali apenas como as vítimas mais próximas. O envolvimento deles na trama é claramente notado como uma contribuição ingênua e fraca. O longa apresenta um roteiro raso, não prendendo o espectador na sua história e em seus personagens.

Em última análise, o longa não optou por um orçamento alto e não foi dirigido, e nem escrito, por James Gunn. Esta última concepção pode ter sido o que mais deixou a desejar na obra.

A melhor impressão que Brightburn deixa, para não queimar mais o filme, fica com o jovem Jackson A. Dunn. Ao encarnar o papel principal, Jackson convence com sua atuação. O Filho das Trevas é, segundo o padrão, personificado numa criança sinistra.

Brightburn : Filho das Trevas é um, quase, inovador filme de terror com super-herói, que desperta a curiosidade, mas não a mata.

Veja também: Entenda porque a Marvel e DC não fariam um filme como Brightburn

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