Crítica | As Golpistas

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A cena noturna é tema recorrente na indústria cinematográfica e, em “As Golpistas”, esse contexto é profundamente explorado. Tendo em mãos um elenco talentosíssimo, Lorene Scafaria, diretora e roteirista do filme, traz às telas uma história baseada em um artigo de 2015, exposto por Jessica Pressler para o New York Magazine, que conta a história de um grupo de mulheres de uma casa noturna de Nova York e de como elas se apossaram rapidamente de milhares de dólares de, sobretudo, homens ricos de Wall Street.

As Golpistas” nos apresenta, inicialmente, Dorothy (Constance Wu), mais conhecida como Destiny. Logo de cara, somos introduzidos ao seu cotidiano no clube de strippers no qual trabalha e a todos os problemas que insistem em rodeá-la. Desesperada por dinheiro para sustentar sua família, Destiny conhece Ramona (Jennifer Lopez), uma espécie de referência no cenário noturno de Nova York, e, ali, encontra uma mentora e amiga.

A parceria entre as duas dá muito certo e já começa a render bons frutos. Tudo parece se encaminhar para o melhor cenário possível. Contudo, quando a crise atinge os Estados Unidos, toda a fonte de lucro parece se esvair e seus negócios começam a desandar. Cabe, então, a um grupo de strippers desvendar e planejar maneiras de voltarem a conseguir seu sustento no meio de um país quebrado de muitas formas possíveis.

A história que deu origem ao filme já é, por si só, muito interessante. Juntamente a isso, a direção de Lorene torna a obra ainda mais atraente. O ritmo imposto por toda a produção não deixa que o espectador fique entediado por momento algum. Pelo contrário, só queremos conhecer ainda mais cada personagem do elenco e saber como cada uma delas vai agir frente às situações que se apresentam – e não são poucas. Todas são muito profundas e muito bem desenvolvidas.

Somos tomados por empatia e acabamos por entender as atitudes das protagonistas e a torcer por elas, mesmo sabendo que tudo o que acontece é errado. E, na verdade, não vemos durante o filme desculpas para o que Destiny, Ramona e as outras mulheres fazem. Elas não são mostradas como vítimas (nem como vilãs), mas sim como pessoas reais, apenas. A solução para todos os seus problemas foi arranjar uma maneira de extorquir os altos executivos de Wall Street e, no final, queremos que cada vez mais os cartões de créditos desses “clientes” tenham seus limites estourados.

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O filme é um sucesso e isso se deve, em grande parte, ao roteiro e à direção de Lorene Scafaria. Porém, a escolha criteriosa e certeira do elenco também carrega o peso de levantar o patamar da produção. Além de Constance Wu e Jennifer Lopez, que brilham, cada uma à sua maneira, temos também a presença de figuras como Keke Palmer, Cardi B e Lili Reinhart. Elas, em conjunto, nos oferecem uma experiência cinematográfica muito interessante, nos imergindo na história e transmitindo com honestidade diversas emoções. Além disso, essa equipe serve como base para que uma delas, em específico, se sobressaia: Jennifer Lopez. Com uma atuação primorosa, a cantora e atriz está sendo cotada por diversos canais de crítica e de comunicação como uma das apostas para a vindoura temporada de premiações, incluindo o Oscar.

O grupo liderado por Lopez, Constance Wu, Lili Reinhart e Keke Palmer colocou suas principais protagonistas em papéis que aparentemente nasceram para interpretar. – Variety.

“As Golpistas” é tudo o que se pode esperar e querer. Entrega tudo o que promete e ainda mais. Vemos um novo ponto de vista sobre a crise americana e no final concluímos que os ditos “lobos de Wall Street” não são nada comparados às strippers de Nova York.

Assista ao trailer:

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