Chernobyl fez russo descobrir que padrasto esteve no desastre nuclear
O jornalista russo Slava Malamud postou em seu Twitter um relato acerca do passado de seu padastro após descobrir que ele trabalhou no desastre nuclear em Chernobyl.
Malamud estava visitando o padastro, Vladimir Veytsman, e, sabendo do gosto dele para programas ruins, indicou a minissérie que é o sucesso mais recente da HBO. “Ele assiste um monte de porcarias da Tv Russa”, explica Malamud, “então recomendei que ele tentasse Chernobyl”.
Porém sua boa intenção abriu uma ferida do passado de Veytsman. “Ele disse não”, tuitou o jornalista.
Ele mandou o tweet para Craig Mazin (criador da série) e Craig reafirmou que o agora aposentado tenente coronel Veytsman não iria ver o episódio daquela noite. Ainda no relato, Malamud explicou que seu padastro, na época como Capitão Veytsman, foi enviado à “Zona de Exclusão” em 1986.
Malamud segue explicando que Veytsman recebeu ordens para fazer a montagem das unidades químicas para a “eliminação de consequências”. Nesta zona, localizada na antiga Moldávia soviética, haviam vários povoados condenados que estavam necessitados de inspeções , controle sobre os animais e captura de intrusos e saqueadores.
‘Chernobyl’ acerta nos detalhes
A minissérie que conquistou uma avaliação maior que a de Game of Thrones, tem sido fiel ao que se passou no desastre nuclear, historicamente falando. O mesmo russo de que falamos nesta matéria, tem acompanhado e elogiado Chernobyl. Slava Malamud hoje mora nos EUA, mas nasceu na região da Moldávia ainda quando era uma República Soviética. Tal região faz fronteira com a Ucrânia, local aonde a explosão nuclear perpetuou sua radiação e consequências fatais.
“Eu decidi compartilhar meus pensamentos, não como especialista mas como alguém que cresceu naquela região e época”, ele disse. Malamud disse ter uma visão crítica sobre os programas ocidentais que retratam momentos soviéticos, que frequentemente distorcem os fatos. Contudo, segundo ele, a minissérie da HBO acertou não somente no cenário e nas roupas, mas também na “mentalidade” soviética que foi representada.
Em resposta ao jornalista, Manzin deu os créditos a equipe de produção e design da série, em que a maioria cresceu na União Soviética.
Para o jornalista, os filmes russos atuais sobre a Rússia Soviética retratam os fatos de forma distorcida, mesmo que ainda hajam documentos disponíveis e testemunhas vivas. “Há uma diferença entre licença artística e distorção de fatos. Acredito que Craig compreende este limite, enquanto que autores russos ultrapassam ele”, disse.
O próprio Craig Mazin afirmou em um podcast exclusivo sobre a série, que a intenção era ser fiel a história e de deixar um tributo aos sobreviventes do desastre.
Além disto, há referências como a do livro Vozes de Tchernóbil: Crônica Do Futuro. Em Chernobyl, a história da esposa do bombeiro , Lyudmila Ignatenko, foi tirada dele. No episódio 4, o filme bielorusso Vá e Veja (1985) foi também lembrado. Segundo Malamud, isto pode não ter impacto para os espectadores no geral, mas pra ele significou muito.
Levando em consideração à descoberta dele sobre a incumbência passada de seu padrasto, foi observado no episódio 4 o detalhe da bandeira da Moldávia. ” Aqui está, a bandeira vermelha e verde à esquerda de Pavel. Aquela barraca pode ter sido ocupada por um dos oficiais do meu padrasto”, ele mentalizou.
Chernobyl está sendo transmitida pela HBO e disponibiliza seus episódios na HBO Go.
Fonte: Midia News; Metro Jornal
Veja também: Chernobyl | Showrunner libera o roteiro da série [PDF]