Crítica: Café Society
Quem gosta de Woody Allen sabe o quão amado e polêmico é esse diretor. Confira aqui a crítica de Café Society, a iniciação de Woody Allen no cinema digital.
O fazer Cinema em Café Society
O primeiro filme digital do aclamado diretor Woody Allen é mais do que imagens bonitas, é um símbolo das transformações.
Filmes que envolvam o “fazer cinema” são sempre muito bons aos olhos do público, pois ao passo que apreciamos a película, entendemos um pouco (mesmo de maneira caricata) os bastidores do que é fazer cinema em Hollywood.
Mansões, carros de luxo, belas mulheres fúteis e uma paleta predominantemente creme são elementos que não poderiam faltar na narrativa do cinema dos anos 30 e Woody Allen utiliza isso muito bem em parceria com Vittorio Storaro, mago da luz italiano, conhecido por ter atuado na direção de fotografia do clássico Apocalypse Now.
A cinematografia de Café Society é de encher os olhos e é o que encantará o espectador no primeiro momento.
Como é o enredo de Café Society?
A narrativa contempla a vida do jovem Bobby (Jesse Eisenberg) que resolve mudar-se de Nova York para Los Angeles desejando entrar na indústria cinematográfica por intermédio do seu tio Phil, produtor de cinema.
É interessante notar no personagem do Eisenberg um amadurecimento do jovem ator nas “artes Woodyanas”, onde ele por certas vezes assume “trejeitos” muito semelhantes ao Woody em Annie Hall, diferente do seu papel no filme “Para Roma com Amor”, onde não foi lhe dada a responsabilidade de assumir por vezes ações semelhantes às do seu diretor em filmes anteriores.
Café Society: uma ode às transformações
Ao longo do filme, as transformações acontecem e são muito bem retratadas pelo roteiro que cada vez mais aproxima o personagem Bobby das características do seu tio, seja pelo uso de situações semelhantes vividas pelos dois (muito bem evidenciadas também pelo uso de planos semelhantes um do outro) ao disputar a mesma mulher, seja pelas ações do próprio Bobby ao decorrer do tempo em relação à família que ele construiu e a mulher que ele sempre amou.
Café Society, apesar de conter todos os elementos dos filmes anteriores do Woody Allen (bela fotografia, roteiro recheado de romances proibidos e traições, a tradicional trilha sonora que marca transições), é notável pelo primeiro uso do digital e, pela declaração do Woody em Cannes, onde ele falou da beleza do cinema digital, podemos esperar filmes ainda mais encantadores futuramente.
Gostou da crítica sobre Café Society?
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