8 filmes famosos que são na verdade remakes
Embora pareça recente, a prática de refazer um filme integra o cinema há muito tempo. Seja pela necessidade de adaptar uma obra estrangeira às particularidades culturais de determinado país ou para aprimorar uma ideia subdesenvolvida, os remakes quase sempre se fizeram presentes durante a história da sétima arte.
Enquanto hoje os consideramos um sintoma da falta de criatividade que assola a indústria cinematográfica, as refilmagens já nos trouxeram obras-primas irretocáveis e clássicos atemporais, como os alguns dos filmes que listamos hoje. Há aqui pelo menos uma surpresa para todo mundo.
12 Homens e uma Sentença
Conhecido por seu roteiro inteligente e considerado por muitos um dos melhores filmes de todos os tempos, o clássico de 1957 é na verdade o remake de um telefilme exibido três anos antes, na emissora de TV americana CBS. A obra original foi escrita por Reginald Rose, roteirista das duas versões seguintes, e foi encenada ao vivo como um episódio da série Studio One.
Fogo Contra Fogo
A frenética direção de Michael Mann, aliada aos talentos de Al Pacino e Robert De Niro, consolida essa como uma experiência inesquecível e obrigatória a todos os fãs de heist movies. O que quase ninguém sabe é que o diretor fez esse mesmo filme anos antes em forma de piloto para uma série da NBC. A série não vingou e as filmagens foram relançadas como um telefilme intitulado L.A. Takedown, que mais tarde foi completamente refeito e exibido nos cinemas como Fogo Contra Fogo.
Cabo do Medo
Inicialmente um filme que Martin Scorsese não queria dirigir, o suspense de 1991 é a refilmagem do longa Círculo do Medo (que por sua vez é a adaptação de um livro de 1957). A história é essencialmente a mesma nos dois filmes, onde um sociopata preso por estupro decide destruir a família do advogado responsável pela sua condenação. Curiosamente, Gregory Peck, Robert Mitchum e Martin Balsam, estrelas do original, fizeram uma participação no remake.
Velozes e Furiosos
Não é exatamente um remake, mas merece ser lembrado. A inspiração para a franquia veio quando Rob Cohen, diretor do primeiro filme, leu um artigo na revista Vibe sobre corridas de rua e posteriormente assistiu a uma corrida noturna ilegal em Los Angeles. O título do artigo, “Racer X”, foi inicialmente proposto como título do filme, juntamente com Redline, Race Wars e Street Wars. Frente à dificuldade da escolha, o produtor Neal H. Moritz decidiu licenciar o título de um filme de 1955. O filme se chamava Velozes e Furiosos e girava em torno de corridas e fugas da polícia. Não foi um sucesso, mas com certeza deixou seu legado.
Scarface
Scarface dispensa apresentações. Lançado em 1983, o filme conta com a brilhante atuação de Al Pacino como Tony Montana em sua trajetória de ascensão e queda, que marcou o cinema como uma das melhores histórias de gangster já contadas. A base do trabalho de Brian de Palma, porém, data de 1932, quando foi lançado Scarface – A Vergonha de uma Nação. Baseado em um livro de mesmo nome, o filme original mostra a proliferação do crime organizado em Chicago durante a lei-seca nos Estados Unidos.
O Enigma de Outro Mundo
Considerado um triunfo criativo e de efeitos especiais, O Enigma de Outro Mundo tem origens bastante modestas. A ficção científica de John Carpenter é refilmagem de um filme B dos anos 50, O Monstro do Ártico. Entretanto, o clássico de 1982 constrói uma atmosfera de paranoia e urgência, enquanto a obra original conta apenas com uma direção sem ritmo e um roteiro monótono, cujo único ponto forte é a relação entre seus personagens.
Onze Homens e Um Segredo
Mais um filme de assalto para a nossa lista. Com um elenco de primeira e muita agilidade, o filme de 2001 praticamente remodelou o gênero. Mas não seria assim sem seu antecessor homônimo de 1960, que apesar de não ter agradado muito a crítica teve personalidade suficiente para inspirar uma série de filmes que levam o nome do protagonista Danny Ocean. Interessantemente, o personagem foi interpretado pela primeira vez por Frank Sinatra.
Os Infiltrados
Se encaixando na categoria das traduções culturais, o mistério de Martin Scorsese é uma refilmagem de um longa honconguês de 2001 chamado Conflitos Internos. Os filmes são igualmente aclamados e contam histórias idênticas, onde criminosos e policiais delatores precisam proteger suas identidades quando enfrentam uma caça às bruxas dentro de suas respectivas organizações.
No fim das contas vemos que, por si só, o esforço de refilmar uma obra já consolidada é inofensivo. Na melhor das hipóteses, inclusive, nos garante filmes incríveis que superam seus precursores. Nos resta torcer por um futuro como o passado que relembramos hoje, onde se refaz um filme não somente pelo lucro, mas também para engrandecê-lo.
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