O documentário Chico Rei Entre Nós (2020) foi exibido em um momento específico da história do Brasil. Neste momento, a desinformação domina a guerra política e ideológica e os eleitos têm proferido discursos absurdos sobre a submissão voluntária dos negros à escravatura ou a falta de ditadura militar no país.

Os fatos são deliberadamente confundidos com suposições e rumores, por isso o projeto dirigido por Joyce Prado faz parte da polêmica narrativa. Se a história dos negros é apagada pelos brancos, diante das expressões delirantes da extrema direita, sua ameaça é ainda maior.
Chico Rei Entre Nós – Início
O filme espera salvar uma ideia importante: a trajetória negra, principalmente no ciclo áureo mineiro, ecoa a dor das pessoas e a exploração do corpo.
Os escravos trouxeram uma rica cultura, além do conhecimento especializado e da luta e dos ideais coletivos que formaram a identidade brasileira. A história dos negros é contada na perspectiva dos negros, pois raramente acontece em pesquisas acadêmicas e no cinema.
Como é impossível suprimir voluntariamente o filme congolês do século 18, os produtores apostam nas entrevistas. As características quase proprietárias do diálogo têm prós e contras.
Por um lado, permite ouvir todo tipo de conhecimento sobre a história de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, como uma ponte de conhecimento entre gerações (jovens negros falam sobre trajetórias de heróis negros e reis do passado).
Chico Rei Entre Nós – Análise
Em particular, esta escolha fez Chico Rei mais esforço do que os homens solteiros. Através da desintegração da personalidade, o protagonista invisível se torna a bandeira da luta em nome do direito à moradia, da autonomia das minorias e da redistribuição de renda. “Todas essas pessoas são Chico Rei”, enfatizou a última entrevistada.
Ao assumir que o personagem é uma figura mítica, Prado se livra da obrigação de enumerar fatos específicos, cuja importância extrapola o período específico de sua residência. Por meio da reportagem, cada espectador é convidado a imaginar seu próprio líder revolucionário e mostrar-lhe homens e mulheres contemporâneos.

Por outro lado, a falta de material de arquivo e recursos poéticos (limitados a transcrições de apresentações de bandas ou cantos ativistas) limita a estrutura do documentário. A direção depende em grande parte da voz de seu personagem, dando a impressão de que nenhuma imagem é mais importante do que o som.
O autor teve o cuidado de separar o som da gravação e sobrepor a voz do diálogo às imagens de estátuas e outros ídolos religiosos, promovendo assim uma certa vitalidade.
Chico Rei Entre Nós – Desenvolvimento
No entanto, não há nenhuma investigação formal adicional. A captura mostra tal limitação que mais depoimentos optam por cortar um quadro para o mesmo quadro, o que indica a falta de alternativas, e mais atenção é dada à costura das linhas do que ao conteúdo das linhas.
O simples holofote projetado no entrevistado tem eficiência moderada, principalmente para filmes diurnos, que apresentam forte potencial para explorar a luz natural.
Outros momentos referem-se a controles deslizantes que geralmente são retirados do corte final, como um refletor amarelado, que acende na superfície plana da igreja e apaga em um segundo.
Essas opções buscam funcionalidade, mesmo que encontrem escolhas humanas, como quatro amigos espremidos na lateral da barra, para que a câmera possa fotografá-los de frente. Os líderes hesitam entre explorar o naturalismo e reorganizar o naturalismo da maneira mais conveniente.
Chico Rei Entre Nós – Escolhas
O caráter moral pode causar algum desconforto. Ao lidar com conteúdos que o interlocutor considera desconhecidos, Prado é responsável por apresentá-los antes da análise. Portanto, a voz formatada do guia turístico poluirá o roteiro. Datas, principais movimentos de reação dos escravos, construção de igrejas e o papel da religião são explicados.
O diretor espera ouvir as palavras desses jovens da maneira que eles querem, para reproduzir os papéis típicos de atuação e narrativa em guias turísticos ou museus. O Chico Rei Entre Nós parece uma aula, embora pareça e siga muito agradável.

Ao mesmo tempo, se refere às informações turísticas de Minas Gerais, onde o público pode ficar atento à música e às riquezas históricas produzidas pelos negros, assim como a tudo o que é mencionado no depoimento.
A possível conexão utilitária (destinada a atrair pessoas para visitar a cidade) dilui o foco eterno da luta política, embora claramente não o invalide. Ao registrar a ocupação de uma cidade, o resultado é mais eficaz do que um retrato pitoresco de uma cidade mineira.
Chico Rei Entre Nós – Análise final
Pelo menos, os cineastas conseguiram expandir organicamente o leque do discurso do protagonista para uma ampla gama de afirmações sobre a luta e a cultura negra.
Em apenas 95 minutos, você pode encontrar diferentes temas, e a montagem os conecta bem e os expressa claramente como parte de uma única voz. Seja a atitude da equipe ou a reportagem provocada pela entrevista, arte e política tornaram-se indissociáveis.

A vantagem da apresentação também é que é fácil viajar entre Minas Gerais e São Paulo (e depois voltar para Ouro Preto) sem usar placas ou capítulos espalhados. Não se trata de um projecto “sobre Chico Rui”, mas sim o facto de o poder mobilizado por iniciativas como a sua constituir uma das principais vantagens deste trabalho.
Porém, a ambição do debate não acompanha a estética, ou seja, o cuidado demonstrado pelas obras de conteúdo é melhor do que a forma. De maneira geral, este documentário apresenta à indústria audiovisual brasileira um cineasta talentoso, com ambições históricas e políticas arrojadas e que consegue alternar entre diferentes focos com diferentes coesões.
Perguntas frequentes sobre o tema:
Gênero: Documentário
Formato: Longa-metragem
Duração: 94 minutos
Status: Finalizado
Direção: Joyce Prado
Roteiro: Natália Vestri e Joyce Prado
Direção de Fotografia: Nuna Nunes
Técnica de Som: Evelyn Santos
Montagem: Tatiana Toffoli
Trilha Sonora Original: Sérgio Pererê com faixa por Emicida
Produção: André Sobral
Produção Executiva: Juliana Vedovato e Laura Barzotto
Produção: Abrolhos Filmes
Categoria: Entretenimento, documentário
Espero que tenha tirado boas ideias do post, sempre estou trazendo resenhas, resumos e análises interessantes sobre filmes badalados ou até mesmo sobre filmes nacionais que merecem mais atenção.
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